“Trouxeram-lhe, então, um endemoninhado cego e mudo; e, de tal modo o curou, que o cego e mudo falava e via.
E toda a multidão se admirava e dizia: Não é este o Filho de Davi?”
Mateus 12: 25-26
“Mas alguns deles diziam: Ele expulsa os demônios por Belzebu, príncipe dos demônios.
E outros, tentando-o, pediam-lhe um sinal do céu.
Mas, conhecendo ele os seus pensamentos, disse-lhes”
Lucas 11:15 -17
“Enquanto Jesus ministrava no meio deles,um cego viu e os líderes religiosos ficaram cegos”
Quais eram seus reais pensamentos?
Porque pedir um sinal depois da cura de um mudo? Quando um homem mudo fala, é prova evidente de que ocorreu uma cura. E nesse caso, uma cura sobrenatural.A reação dos que estavam presentes pode ser dividida em pelo menos três grupos. Não vamos contar os discípulos, mas sim os restantes.
O primeiro grupo era a multidão que se admirava e reconhecia que Deus havia realizado um milagre. O grande problema dos maravilhados é que essa visão do sobrenatural não os torna comprometidos. Eles não defenderam Jesus, apenas continuaram como expectadores dos fatos.
O segundo grupo foi obrigado a reconhecer e por essa razão não questionam a veracidade do milagre. Porém, tentam destruir essência do milagre atribuindo motivos sinistros ao mesmo. Esse grupo é perigoso, pois seu argumento é cheio de julgamento e acusação. Aqui não se trata do milagre, mas sim do poder da influência de Jesus.
O terceiro grupo menospreza o feito. Eles não se alegram com fato de um cego voltar a ver, mas sim enxergam uma ótima oportunidade. A impressão que tenho é de desprezo ao milagre. Eles então olham pra Jesus como uma provável saída messiânica. Queriam ter a certeza de quem era Jesus. O sinal ou o fenômeno astral esta ligado então a uma decisão de apoiarem ou não o suposto messias.
Olhando esses três grupos devemos olhar para nós mesmos. Será que até amamos o que Jesus faz e o que Ele pode oferecer, mas nunca nos comprometemos com sua missão? Temos que tomar cuidado para não passarmos uma vida inteira a observar sem nunca se comprometer.
Ou talvez, como o segundo grupo, tentemos manter as coisas do nosso jeito? Ouvimos estudos e pregações, lemos livros, mas sempre temos uma boa desculpa para continuar a defender nossas velhas atitudes. Uma forma de descobrir se fazemos parte desse grupo é se vivemos a nos justificar. Eles viram o milagre, não podiam fazer igual, então justificam sua incapacidade apontando um suposto erro em Jesus.
Fazemos isso o tempo todo. Dizemos que fulano tem um gênio do cão mas nós temos razões para estarmos tão bravos. Dizemos que alguém está passando por problemas por que não ora, mas nós não oramos pois afinal das conta não temos tempo. Nosso irmão é teimoso, nós temos convicções firmes. Justificativas que não nos levam a lugar algum. Assim como aqueles homens, podemos estar diante da oportunidade de mudança mas continuarmos a nos justificar.
O terceiro grupo é o mais terrível de todos. O primeiro não se compromete, o segundo se justifica, mas o terceiro se aproveita. Precisamos tomar cuidado para não querer apoiar Jesus só por proveito próprio. Não podemos amar mais o que Ele pode fazer do que a Ele mesmo. Para o terceiro grupo, Jesus não era o importante, mas sim qual lucro Ele poderia gerar. Travamos então uma barganha descarada com Deus. Qual o proveito que poderemos tirar.
Que Deus nos dê a consciência clara nos momentos em que de alguma forma um desses grupos atraírem minha atenção. Não se comprometer, se justificar e tirar vantagem; eles batem todos os dias em nossas portas, precisamos tomar o cuidado de nunca abrir para que eles entrem. Um exercício diário, cansativo, mas muito valioso.
Um forte abraço
Graça e paz
PR. Franklin